sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Com que roupa eu vou?

Atire a primeira pedra, ou melhor, escreva o primeiro comentário quem nunca (se) fez essa pergunta. E saibam, meninas, que quem primeiro a registrou - pasmem - foi um homem! Noel Rosa a escreveu em forma de música em 1930. Não é que ele sabia das coisas?!

Faço parte daquela tribo que acha que moda não é sinônimo de futilidade. Longe disso! Moda, para mim, é uma forma de se expressar: assim como falar, dançar, fotografar... É um meio de dar o seu recado, através do que você veste, com o seu estilo. Você pode dizer que é divertida, ou ter tiaras com flores protuberantes. Voce pode sambar de maneira provocante, ou vestir uma blusa decotada. Você pode clicar um detalhe em meio a uma paisagem, ou usar um lenço coloridíssimo com jeans e regata branca. E é por querer dar sempre o recado certo, que detesto errar no figurino!

Há algumas semanas, fui a uma formatura num salão de festas de condomínio. No convite, o quesito "traje" inexistia. Como saber o que vestir num evento assim? Dependendo do salão e, principalmente, da decoração, a recepção pode ser simples ou não! Fazendo uma breve pesquisa de campo, descobri que as outras pessoas também não sabiam bem o que usar. A amiga com quem eu ia sugeriu uma calça jeans, com uma blusa de paetê. Boa combinação... embora o jeans, insisti eu, entregava o pouco caso que ela fazia da festa. Optei por um macacão preto, de tecido simples e modelagem despojada.

Eis quê, chegando lá, fui recepcionada pelo formando usando uma bermuda de surf e uma camiseta de time! Sim, eu disse BERMUDA E CAMISETA!!! E olhem que, dependendo da bermuda e da camiseta, eu acharia super style! Mas, definitivamente, não era o caso. Peguei o meu banquinho, sentei no meu cantinho e, de lá, fiz questão de ir embora rapidinho. Já citei as outras convidadas? Short jeans, melissa e regata!

Poucos dias depois, um convite de formatura me surpreendeu duplamente. Primeiro, porque era de um colega que eu não via desde o colégio! Segundo, e o melhor, porque era tão pessoal quanto criativo!!! Imagine uma folha de ofício mais dura (ok, não entendo de arte como de moda) que, à medida que a vamos desdobrando, lêmos:
"Se você tem uma maçã
e eu tenho uma maçã
e nós trocamos essas maçãs
então eu e você ainda teremos uma maçã cada
Mas se você tem uma idéia
e eu tenho uma idéia
e nós trocamos essas idéias
então cada um de nós terá duas idéias".

Interessante, não?! Ao desdobrar tudo, um texto bem informal oferecia tudo o que precisávamos saber sobre a graduação. Só que, depois de um trecho mais ou menos assim "depois de trocarmos algumas idéias, nos mandamos pra noite, o que achas", fui surpreendida mais uma vez - e, dessa vez, negativamente: "roupa? a que te sentires melhor"!

Lembrei de Noel Rosa: "e eu pergunto com que roupa eu vou? Pro samba que você me convidou..."


* Esse post foi incentivado pela amiga que veste jeans e blusa de paetê e detesta a expressão "eis quê".

domingo, 11 de janeiro de 2009

Decepções

É tão clichê quanto verdadeiro dizer que todos nós nos decepcionamos, assim como decepcionamos também. O nosso primeiro ancentral que falou deve ter sido também o primeiro a dizer que "errar é humano". Mas, se é tão comum passarmos por decepções, por que elas nos atingem tanto? Por que ainda não aprendemos a lidar com elas? Por que não conseguimos prever o que e quem vai nos machucar?

Pessoas que mal conhecemos, com quem apenas compartilhamos o local de trabalho, podem nos decepcionar. Para isso, elas nem precisam se esforçar muito: basta não estarem num dia de muita inspiração para pôr abaixo todo o nosso esforço em fazer o nosso melhor. E, mesmo que elas não sejam importantes na nossa vida, vai doer em nós!

Pessoas cujas decisões em nada nos afetam, nem vão mudar a nossa vida, apenas a delas próprias, também têm esse poder. Você já se decepcionou por ver um amigo tomando um rumo errado, seja ele manter um comportamento que só o faz sofrer ou recusar uma proposta de trabalho que é seu sonho receber?

Mas nenhuma decepção pode nos machucar mais do que aquela que, além de nos atingir, parte de quem é importante para nós. De quem não valoriza a nossa amizade, como valorizamos a dela. De quem confiamos por anos e depois descobrimos não nos ser leal ou verdadeiro. De quem mostrou ter tanto poder para nos dar alegrias, quanto tristezas.

Alguns banalizam esse sentimento, o acham corriqueiro, comum, passageiro. Antes fossem! É verdade que algumas decepções passam tão logo termine a nossa TPM (ou estress, se você for homem). Mas há aquelas que transformam príncipes em sapos, fadas em bruxas.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Ano novo, vida nova!

Eis o lema com que quase todos começam quase todos os novos anos - mesmo, no fundo, sabendo que, raras vezes, ele é posto em prática por mais de uma semana (quando muito)!

Confesso que senti um alívio ao me despedir de 2008. Em especial, de dezembro! Porque o que acontece no último mês do ano parece se repetir ano após ano. Mesmo prometendo que não vamos participar de amigos secretos, terminamos o ano com uns três no currículo. Mesmo visitando médicos das mais variadas especialidades, acabamos sem tempo para completar o nosso check up. Mesmo gastando cinquenta reais ou mais em lembrancinhas, sempre esquecemos de presentear alguém. O ano pode até ser outro, mas dezembro, é certo, será igual: vamos tentar presentear todos, abraçar todos, fazer tudo como se não houvesse outro ano, ou outros doze meses, pela frente!

Por outro lado, sempre há do que sentir saudade num ano que se vai. Sempre há conquistas, como a de um novo emprego ou de uma nova condição no antigo trabalho. Sempre há uma mudança, nem que seja um novo corte de cabelo, que te permita ver o mundo com outros olhos. Sempre há pessoas que deixamos pra trás, por não andarem mais no nosso ritmo, e pessoas que chegam, para correrem ao nosso lado.

E assim, com esse misto de saudade e alívio e uma pitada de esperança, dizemos "que venha 2009" e prometemos "nesse ano, tudo vai ser diferente", rezando, no fundo, para que o que mude seja a nossa força de vontade para mudar o que tanto nos incomoda. E que ela dure mais, no mínimo, doze meses, para (sobre)vivermos mais um ano e, em especial, mais um dezembro.